O mercado da tecnologia segue crescendo no Brasil. É um setor da economia onde sobram vagas por falta de profissionais qualificados. Diante desse déficit, bons salários oferecidos e perspectivas de crescimento rápido na área, comparado com outras profissões, muitas pessoas estão passando pelo chamado processo de transição de carreira para atuar no setor.
Este cenário já é de conhecimento de muita gente. Mas o que a grande maioria não faz ideia é a desigualdade de gênero que ainda predomina na área. Apesar do crescimento deste mercado, a presença das mulheres (cis e trans) ainda é minoria.
Neste post, você vai conhecer um pouco da realidade vivida pelas mulheres cis e trans no setor de tecnologia e os principais obstáculos enfrentados por elas. Leia até o final!
Participação feminina no setor
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), houve um aumento de 60% na representatividade feminina no setor de tecnologia, entre 2018 e 2022. No entanto, os homens são maioria. Eles representam 83,3% do mercado, enquanto as mulheres ocupam apenas 12,3% dos cargos.
E entre as mulheres trans, as oportunidades são ainda mais difíceis. Começando pelo acesso à educação, outro grande desafio enfrentado por elas.
Um estudo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) revela que 82% da população trans está passível de evasão escolar por conta da violência sofrida nesses ambientes.
Diversidade no setor
Como a tecnologia é um setor que influencia diretamente a vida das pessoas, é fundamental que as soluções tecnológicas criadas reflitam as necessidades dos mais variados grupos sociais. Diante disso, é importante incluir a presença feminina para garantir a diversidade e representatividade neste mercado.
A presença de mulheres cis e trans nas equipes possibilita ampliar a visão de mundo na criação de produtos e serviços de tecnologia e, assim, o impacto na sociedade. Isso ajuda a promover a igualdade de gênero e a combater a discriminação. Por ser uma área ainda dominada por homens, a presença feminina no segmento tech ajuda a mudar a dinâmica de mundo machista e criar um ambiente mais criativo, inclusivo e diverso.
Principais desafios
As mulheres cis e trans que atuam na área tech enfrentam vários desafios. Como a falta de representatividade, diferença salarial, discriminação e preconceito. Saiba mais abaixo.
- Diferença salarial: A diferença de salário entre homens e mulheres que ocupam um mesmo cargo é uma realidade deste mercado. De acordo com uma pesquisa da consultoria Mercer, a remuneração da mulher é 9% abaixo da recebida pelo gênero masculino.
- Discriminação e preconceito: Em ambientes dominados por homens, as mulheres cis e trans sofrem discriminação e estereótipos de gênero. Muitas enfrentam assédio moral, assédio sexual e intimidação. Por isso, elas se sentem desvalorizadas e não respeitadas.
- Autocobrança e síndrome de impostora: Por se cobrarem demais, pessoas do gênero feminino se sentem pressionadas a atingir padrões de alta exigência. A síndrome de impostora é quando elas não se sentem capazes e merecedoras de conquistas. Tudo isso afeta a autoconfiança e autoestima, o que pode prejudicar a progressão na carreira.
- Falta de representatividade e incentivo: As mulheres não se veem representadas em posições de liderança e áreas técnicas no setor. Isso perpetua a ideia de que elas não são preparadas para ocupar cargos na área, levando ao desinteresse em tech.
Como incluir mais mulheres na tech?
Como forma de promover uma igualdade de gênero na tecnologia, há várias ações possíveis. Veja algumas abordagens que podem alcançar essa finalidade.
- Educação desde cedo: As escolas devem inserir os temas que envolvem a tecnologia desde cedo na formação dos estudantes. E estimular a participação das meninas em projetos tecnológicos, como programação e robótica.
- Ações de qualificação: Associações e empresas podem realizar eventos e programas de treinamento e qualificação para as mulheres que querem atuar, migrar e progredir na área de tecnologia. Como exemplo está a realização da 1ª edição do Tech Woman. Inclusive em uma das mesas redondas haverá a participação de Braynner de Carvalho, uma mulher trans que migrou para a área tech, na mesa redonda “Primeiro Emprego”.
- Comitês de igualdade: As organizações empresariais podem criar comitês com o objetivo de promover um ambiente de trabalho inclusivo e diverso. Novos processos, baseados na diversidade, devem ser elaborados. Além disso, as oportunidades e remunerações de homens e mulheres no setor tech precisam ser igualitárias.
Esperamos que esse conteúdo tenha sido útil para você! Que tal conhecer ainda mais sobre o mercado de trabalho na tecnologia para mulheres? Participe da 1ª edição do Tech Woman, um dia de palestras com temas voltados para as mulheres (cis e trans) que desejam atuar na área tech.
Inscrições no techwoman.rec.br
Participe!